terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Maria Dez Ferrões
acordei três letras, não
lindamente negativa
uma abelha atrapalhando
meu pão na chapa
peguei um copo
maldosa
prendê-la
agonizá-la
uma luta dança
eu cantando
vem sua filha da puta cu de agulha
e ela
zumbindo
vou
sua pele é meu sexo, sua humana
ainda antes
na madrugada perguntaram
o que te motiva a acordar às cinco
hoje?
dinheiro.
ideologia?
enfeita
covardia?
acredito.
não quero metrô- percursos
encontros sérios
hoje
concluo o não
e se vierem
capturei uma coleção
dez,
uma para cada unha das mãos
com seus cus de agulha
e se vierem
hoje
com seu político-burocrático
sentimental dos amores falidos
leis
projetos sensacionais
Estado do Caralho
esquerda, direita
hoje
se vierem
insistentes
melodiosos
as suas peles
hão de ser meu sexo

COVIL das Facas.
dentro da pia havia duas facas e seis colheres, ando dada a colheres, a mexer cafés.
cortar? é perigoso, nesses dias ando habitada de meu covil
cobras atentas
leoas inquietas
extraterrestres manipuladores.
prostitutas aposentadas fazendo tricô
silenciosas
com os espíritos de seus filhos abortados
a brincar em seus entornos
no chão,
com os bichos e cordões umbilicais.
uma moça magra
pálida
com olhos de coruja
lendo algum maldito e comendo baratas
len-ta-men-te
todos conduzidos por um corsário e sua embarcação
de poetas ascetas e músicos sem letras
portanto
alienados convictos
bem intencionados do inferno
perguntas repetidas
gente cínica e sua corte
nem me venham
minha doçura é cítrica.
minha faca é de uma ironia estraçalhante
meio grossa de olhos explodidos
meio bufando
no cio
nem me venham.
não quero arrepender-me
depois
e pupilas de cebola.

08/02/09

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