quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Carnaval

ai que merengue essa salsa.
bem no carnaval
só um confete bem largo mesmo
para cobrir a chuva
nos meus pedaços
mais
sem
carne
(os olhos)
(de dentro)

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é que aquele nêgo me suspende a respiração
e sai rebolando feito uma nêga
para lá
aí escrevo
feito contrariada
tomando água
sambando meio borocoxô
sem perder o hábito do resmungo poético
da próxima
saio eu
rebolando feito cinturas

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ele parecia uma baiana
(ai que desgosto a ternura sem realidade)
dei-lhe o gosto de não repetir o causo
olhei para esquerda
ele parecia um leão em áries
galanteia sempre com bom humor de chapéu
sem perder a fera nas idéias.
aproveitei toda restrita
só consigo oferecer gestos
uma coitada eu
banguela
dei-lhe, então,
o gosto de uma boca
ele parecia belo cubano
belo
dei-lhe o gosto da minha duvida
retinta
frente ao belo escândalo da sua presença
cansou-me a cautela
cansou-lhe
a bela
ela
parecia um maracatu
folia sem
pé.
dei-me o gosto do azar:
des-quis-o
dei-lhe um beijo de mãozinha
ainda voou o som
ligar-te-ei
(não)

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queria ficar lendo poesia
toda via tenho que sambar
queria continuar chacal
toda via
até pelo próprio poeta
ei de respeitar o carnaval
até
Eu Toda Arretada de Vida
voltar bem vadia
alguns supetões
uns três desgostos
sorrisos nos pés
cumprir versos
até
precisar
sambar
(para o resto da vida)

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