domingo, 1 de fevereiro de 2009

O CURIOSO VERDE

á vila de Trindade - RJ 
e seu subjetivo imponderável.

Daquele lugar extraio algum vicio imponderável, imoderável. Já foi passou, não é o mesmo - outro, mas sempre volto como uma sacerdotisa – cadela a entrar no cio espiritual do espanto.
O gole verde do mar e eu lá pedra-mata, entre as águas frias cantando seu despejo-oxum, indo descalça-terra, eu e ela, no silencio frio-verde do caminho á cachoeira.
À noite, eu – despacho, controlo o arrepio lá, na praia do meio, uma concentração excêntrica, o sensual, opostos circulantes, o espiritual vivo vibrando na base da coluna, tomo água, sempre tomo água, suspendo o álcool, ma afasto, oro sei lás. Acho que penso que oro, não sei o que, que intuo necessário, um gramelo intuitivo um poupo urru sincrético.
Não credito mais em deus.
Está tudo bem, volto, danço, converso: bicho-grilo, pescador, turista, barqueiros, proprietários, argentinos (muitos), drogados de tudo, paulistanos de férias, artistas, analfabetos, estudantes japoneses distribuindo cantadas sinceras, A Maresia, jornalista, velhos gordos, cervejas, jovens imitando Bob Marley, manicure, um anão no vocal dizendo purifica (imitando Bob também), um sax no fundo (excelente), Patis and Boys, catuabas, meu colar vermelho, mestre de obra, pedreiros, artesãos, garçons, fofocas, veterinária, monstros, eletricistas que acreditam em deus, vagabundos e doceiras, O Mar no fundo, micróbios, crianças, cariocas e mineiros de férias, artesão argentinos (muitos), mercenários, o cinquentão anarquista, um moço negro atrás do balcão que eu jantaria com vinho tinto ( finge que não vê a minha fome cinco anos), músicos residentes, funcionários públicos de férias, meninas oferecidas e meninos desesperados. vendedores de droga, professoras, professores, ex- presidiários, uma menina grávida, A dança, homens casados, poetas, mulheres que não bebem e subversivos por excelência comprovada, simples assim, o análogo humano á mata atlântica circundante.
No dia seguinte, o boletim de ocorrência nas bocas todas, elas divertidas, elas pervertidas, elas corroídas cantadas a suspiros.
Purifica?
na catarse dessa orgia do encontro.
Sempre volto por esse motivo plural.
Nem sempre a mesma curiosa.
30/01/09

*CURIOSA, signo, escorpião, ascendente aquário, lua em câncer, vênus em sargitário e marte em leão. Na cultura ayurvédica, elementos Ar e Fogo, professora de criancinhas, atriz - aprendiz, desenho por supetão, comidas apimentadas e remédios fitoterápicos/homeopáticos, egocêntrica disfarçada, música para o corpo e livros no suporte, desconcentrada em tratamento, vinho na taça, apaixonada sem opção, viciada nos detalhes e imprevistos do cotidiano,
e, para mediar esse breviário, no maravilhamento do espontâneo, seja ele de qualquer natureza,
POETA.

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