quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Transcrição de um diálogo explosão.

Á Ricardo quase verdade.
11 de Junho-Decidido de 2008.



PALAVREADO de RICARDO quase Verdade.

(Estava saindo do mercado e Ricardo olhou e acompanhou-me dizendo)
NOSSA! que elegante.
quebrei um pau em três partes e disse senta aqui seu veado, senta no dinheiro. Você acredita?

(Atravessando a primeira rua)
É TÃO BOM ter dinheiro. Se a gente pudesse a gente gostava um do outro. A gente comia o outro. Se a gente pudesse a gente se pegava no colo e cuidava um do outro e beijava as genitálias, é que a gente não pode.

(Esperando para atravessar a segunda rua enquanto tira um pedaço de rúcula da minha sacola)
É TÃO BOM ter dinheiro, mas eu adoro ser rico. Se eu não pego, roubo isso aqui de você, eu morro de fome.
(Come a rúcula de olhos fechados, fica emocionado com o sabor. Pergunto o seu o nome ele me responde  como sem importância)
é RICARDO DA SILVA e tal.

(Enquanto atravessávamos a rua)
EXISTE GENTE insignificante. Você não acha? Não. Você não acha por que você é mulher. Mulher é idiota. Mulher tem disso, dessas coisas, porque é mulher.


(Começou a divagar sobre a mulher, especificamente a minha mulher. Fiquei sem jeito. Não lembro bem o que ele disse, era alguma verdade dessas que o olhar chega antes e as palavras pouco importam. Não me lembro, mas senti algo constrangedor, revelador, que não me deixava ouvir, mas saber que alguém me percebia em profundidade instantaneamente. ELE RIA.)

ONTEM EU quis casar com uma mulher. Faz falta essas coisas de mulher que é importante. Por que eu não posso me casar com uma mulher? Por que eu tenho que ser veado pro resto da vida inteira?
é tão bom ficar lá na casa, no tanque assim.

(Tentativa de despedida um. despeço-me)

VOCÊ VAI no Ônibus e eu vou ali.

(Me despeço novamente e lhe dou um abraço, ele me levanta do chão)

CREDO que magra! Precisa comer.

(Barulho de freio de carro)

Ih! DEIXA eles se matarem!

(Continua andando comigo)

EU JÁ DEI machadada na televisão é tão bom dar machadada na televisão. Você pega o teclado do computador e dá uma machadada no meio, é bom.
VOCÊ JÁ MATOU alguém? Não! Eu mato. É bom.
VOCÊ PROMETE que mata alguém antes dos cinqüenta anos? É bom matar alguém você se sente livre.

(Prometo que sim)

NÃO. NÃO mata ninguém não! Você tem poder. Você se sente livre.

(Tirando uma flor pequena de um canteiro)

EU ENCOMENDEI esse trevo aqui, fizeram tudo errado, ainda é rosa isso aqui.
É que a gente voltou para 2008.
EU COMPREI uma máquina do tempo, tem umas caveiras, elas marcham ASSIM Ó.
(mostra algum movimento)
TEM NADA não. A gente vai pro futuro de novo.
O FUTURO É tão bonito. O futuro tem rios de sêmen.
É um silencio.

(Uma moça nos observa do orelhão, ele se dirige a ela tirando sua faixa do cabelo, na seqüência ela põe de volta na cabeça)

TIRA ISSO.
A MULHER MAIS linda do mundo usa uma faixa no cabelo e parece uma enfermeira!
Ahaha! Parece uma enfermeira!

(Tento me despedir novamente junto com a moça, ele nos acompanha)

EU ESTAVA TRANSANDO com a minha mãe. Você já transou com a sua mãe? Em cima dela? Ela disse, não sai de cima de mim. Credo mãe, como você é gosmenta nojenta. Ela tá lá na cadeia sentada com as pedras, com um vestidão.

(Apareceu um carro de polícia e ele foi conversar com eles. Algumas senhoras que estavam aguardando para atravessar a rua comentavam que ele tinha sido um cabeleireiro muito famoso e rico. Fez uma plástica mal sucedida e ficou com o rosto deformado daquele jeito. Então, eu disse que o quê e ele dizia era poesia, metafísica, inconsciente-acessado, sei lá. Uma das senhoras se interessou, e perguntou. como assim?
Então repeti que no futuro existem rios de sêmen. E que lá é um silencio. Ela sorriu constrangida enquanto a outra senhora, implicada, explanava que talvez, essa gente, é melhor que a gente. e outras coisas sobre gente.)


Nenhum comentário: