terça-feira, 28 de outubro de 2008

fuga poética

sou eu terminando o nada
dói
dói mais que a ilusão
é como ter um peixe em um aquário de ar e depois descobrir sua artificialidade
vê-se encharcada de água e quase sem respirar
segundos depois abrir a boca em susto de ter permanecido assim tanto tempo
nadando sem o peixe e suando o tempo
em atividade de não e nada

22/10/08


a poesia me escapa
tem dias
peneira no olhar o fora sem obviedade
armazém de ainda não escritos
vem com a vastidão da necessidade
quando
uma selva

19/10/08

retorno poético
a poesia  volta quase sempre nua, descabelada flores, tal qual uma eva vienense de klimt
diz, estapafúrdia, sua alma nua, dança
mulher bicho gigante
é espanto e soltura
linguagem que fluí
(mesmo quando sem o plano da palavra)
bem vinda minha eva proibida, dança a verdade em ser
convida o homem são a fazer uma bacanal, comer todas as maçãs e depois, no paraíso imediato de cada dia, comer todo o fruto proibido.
20/10/08

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