sexta-feira, 24 de outubro de 2008

COISA VIVA
Comecei - me agosto de semana sólida, dia-hora, pé no trem, alma de relógio e casa passageira. Não arrumei a cama, e nem fiz arroz, comi o comido como dava,dormi o dormido como o possível, no limite. Não atrasei.
Estive toda essa coisa de estar crianças dos meus dias.
Voltei agosto como origem desprimitiva, da cidade, do tempo previsto, da surpresa ligeira me tirando o arzinho.
O corpo, os corpos amigos, a saudade, não fiz silêncio, falei o de mais, falei até o segredo explodir dentro do pote e virar gás, purpurina.
Desjulho o meu tempo, é que hoje em dia a coisa viva passa rápido, vai logo para o lixo.
Já do amor, coisa viva, esqueci a calcinha pendurada por aí, a dúvida certa.  Hoje não dá nem o tempo da paixão e vai logo dando até logo, quando, outra quase paixão sem respirar, mesmo lá.
Desjulho em poesia e agosto a poesia, me alimento dessa fé para manter a coisa viva.
Vinho, Manuel de Barros, Evoé meus dias.
Viva o  santo espanto caso desses que cachoeira o meu olhar e beija o desconhecido, coisa viva, até calcinhas por aí.

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