terça-feira, 21 de outubro de 2008

PARTITURA EVOÉ

Á Escola Livre de Teatro

os dias
desenhos vivos
entre minhas pernas as horas
cintura acima, baila, o universo de pétalas.
e eu,
desabrochando e caindo
sem dó miserável
ou deslumbramento de cego.
é tambor na fogueira
puta apaixonada
saia sem calcinha
luto de assassino,
fé de beata
casa de praia
e castelo da bruxa feia
é rima analfabeta
besouro no leite
anão de joelhos
e luva de língua solta
é vento na privada
gema de célula do instante
Susto no cavalo
susto calado
tudo sem rima
é peito sem cadarço
lua no dia
e noite cremosa
cama de abelha
e ferrão de palavra
é título de texto rasgado
e cheiro de Vó
do banheiro ao quarto
só na casa.
rede no farol,
quintal na praça
e aquela coisa lá
é terra no ouvido nascendo fone
é maçaneta da idéia
e discurso de mendigo
é quase tudo de novo
ovo da inspiração
frito de voz aquecida.
é esquecer e quase lembrar
e depois,
quando será
que nunca termina
são ondas do mar
invadindo entre árvores
voltando
invadindo
com frutas paridas
entre a alma da convocação
e o pé do inacabado

18 de Maio de 2008.








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