RerraízAo mestre Edgar Castro
um texto infantil.
Desci da árvore pela escada, por segurança. Curiosa subi novamente de carona no lombo de um besouro gentil. Longa foi essa viagem, pois o tronco era comprido e meu olhar em instantes povoou-se de floresta.
Já na copa, agradeci o besouro, beijei cantante.
Cumprimentei a lesma que estava logo adiante, observando meu desembarque, estávamos ali, certo? Então para que excessos. No besouro, o beijo saiu- me na lesma um acenar.
Fui chegando ao tronco como quem decide ser árvore ou parte desse ser.
Fui cogitando folhas, flores, frutos, gravetos e já estava pensando tão verde que cogitei a copa inteira, descendo madeira até a raiz, quando percebi estava em baixo da terra, e perceber é sem volta. Algo precisa ser feito.
Eu era uma semente plantada no útero da terra, caos querendo explodir, lanterna abundante. Redondura pequena de baixo para cima querendo sair-me.
Os sapos rezavam de dentro para fora, ladainha á mulher-árvore que habitava a terra e seu fundo e a romperia ar, marrom casca e dias.
Alguns peixes espiavam na superfície da água, o céu pré- árvore de mulher.
Chegou a noite, e o tic-tac dos grilos, a reza dos sapos, a vigília dos peixes mais a procura do vento próximo, ainda, existiam na espera desse parto, no suspiro escuro.
A vagina da terra cresceu, astros latejavam o céu azul escuro, uma árvore mulher, primeiro os cabelo esparramados, altos-caracóis, o corpo grosso-nós, textura- célula e uma raiz vermelha que esquentava a temperatura daquele terreno, corpo de um todo, sabido solo.
Para surpresa dos sapos, grilos, estrelas, peixes e vento aqueles galhos eram habitados por corujas verdes, muitas delas, umas frutas lilases de polpa gema, alimento e as folhas redondas
Onde começa chão, termina chão e não tem fim.
ainda em luas, algumas, o ar ganha cheiro de mulher, as corujas fecham os olhos, as frutas são colhidas, sem nunca acabar, e em algum redondo do desejo o espírito feminino expande superfície e fundo e pessoas desfolhadas trocam clorofilas.
No canto o silêncio, a árvore-mulher sorri toda por dentro enquanto o besouro e a lesma beijam-se, saindo-lhes.
pós-ensaio
06/07/2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
fuga poética
sou eu terminando o nada
dói
dói mais que a ilusão
é como ter um peixe em um aquário de ar e depois descobrir sua artificialidade
vê-se encharcada de água e quase sem respirar
segundos depois abrir a boca em susto de ter permanecido assim tanto tempo
nadando sem o peixe e suando o tempo
em atividade de não e nada
22/10/08
a poesia me escapa
tem dias
peneira no olhar o fora sem obviedade
armazém de ainda não escritos
vem com a vastidão da necessidade
quando
uma selva
19/10/08
retorno poético
a poesia volta quase sempre nua, descabelada flores, tal qual uma eva vienense de klimt
diz, estapafúrdia, sua alma nua, dança
mulher bicho gigante
é espanto e soltura
linguagem que fluí
(mesmo quando sem o plano da palavra)
bem vinda minha eva proibida, dança a verdade em ser
convida o homem são a fazer uma bacanal, comer todas as maçãs e depois, no paraíso imediato de cada dia, comer todo o fruto proibido.
20/10/08
dói
dói mais que a ilusão
é como ter um peixe em um aquário de ar e depois descobrir sua artificialidade
vê-se encharcada de água e quase sem respirar
segundos depois abrir a boca em susto de ter permanecido assim tanto tempo
nadando sem o peixe e suando o tempo
em atividade de não e nada
22/10/08
a poesia me escapa
tem dias
peneira no olhar o fora sem obviedade
armazém de ainda não escritos
vem com a vastidão da necessidade
quando
uma selva
19/10/08
retorno poético
a poesia volta quase sempre nua, descabelada flores, tal qual uma eva vienense de klimt
diz, estapafúrdia, sua alma nua, dança
mulher bicho gigante
é espanto e soltura
linguagem que fluí
(mesmo quando sem o plano da palavra)
bem vinda minha eva proibida, dança a verdade em ser
convida o homem são a fazer uma bacanal, comer todas as maçãs e depois, no paraíso imediato de cada dia, comer todo o fruto proibido.
20/10/08
domingo, 26 de outubro de 2008
NEM-TE-VI
NEM-TE-VI é o nome de um pássaro negro, bem raro de se ver, e quando os olhos ficam povoados de uma selva, ele é muito rápido, e quando, nem-te-vi beija, quando, aí um pretexto de pensamento habita MULHER-TAMBOR-FLOR e toda a selva.
sábado, 25 de outubro de 2008
IDEAR
Tenho exercitado a loucura sólida ela vem na poesia e descansa suas pernas de baile e festa, nos dias, descansa na dança sua disritmia, seu despreparo e sua experimentação.
Descansa nas minhas células espalhadas na boca quente, na bacia circular, no trezentos e sessenta graus das minhas esferas multi-fecundas, embrião de multi espermatozódicos, cangaceira floral, machos e minha selva ininterrupta, verde escândalo de frutas gozosas onde tudo come doce, azedo, escorre pé de rio e conversa de semente com o seu possível árvore. Desconheço os motivos dessa fé ateu, desse diabo gentil entre minhas pernas, desse sexo fluente que existe sempre ali, a ideia, a ideia é o cavalo da minha loucura, amo tanto seu acaso, como surge artéria e se espalha oxigênio respirado, que nem desconfio,que por vezes, não existe seu sólido, tamanho o gozo.
Elas, uma a uma, a cada gozo do plano mental liquidificam-se, então tenho que cometer a escolha como um ato vivo, material, para revelar o fantástico estúpido imaterial em mim, esse caldo invisível tátil suculento colmeia interna de mel e ferrões.
(quem quer que tenha fatos de calor interno para compor esses truques sinceros, esse, o vivo ninfomaníaco de idear no tempo e pegá-lo. está convidado)
Tenho exercitado a loucura sólida ela vem na poesia e descansa suas pernas de baile e festa, nos dias, descansa na dança sua disritmia, seu despreparo e sua experimentação.
Descansa nas minhas células espalhadas na boca quente, na bacia circular, no trezentos e sessenta graus das minhas esferas multi-fecundas, embrião de multi espermatozódicos, cangaceira floral, machos e minha selva ininterrupta, verde escândalo de frutas gozosas onde tudo come doce, azedo, escorre pé de rio e conversa de semente com o seu possível árvore. Desconheço os motivos dessa fé ateu, desse diabo gentil entre minhas pernas, desse sexo fluente que existe sempre ali, a ideia, a ideia é o cavalo da minha loucura, amo tanto seu acaso, como surge artéria e se espalha oxigênio respirado, que nem desconfio,que por vezes, não existe seu sólido, tamanho o gozo.
Elas, uma a uma, a cada gozo do plano mental liquidificam-se, então tenho que cometer a escolha como um ato vivo, material, para revelar o fantástico estúpido imaterial em mim, esse caldo invisível tátil suculento colmeia interna de mel e ferrões.
(quem quer que tenha fatos de calor interno para compor esses truques sinceros, esse, o vivo ninfomaníaco de idear no tempo e pegá-lo. está convidado)
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
COISA VIVA
Comecei - me agosto de semana sólida, dia-hora, pé no trem, alma de relógio e casa passageira. Não arrumei a cama, e nem fiz arroz, comi o comido como dava,dormi o dormido como o possível, no limite. Não atrasei.
Estive toda essa coisa de estar crianças dos meus dias.
Voltei agosto como origem desprimitiva, da cidade, do tempo previsto, da surpresa ligeira me tirando o arzinho.
O corpo, os corpos amigos, a saudade, não fiz silêncio, falei o de mais, falei até o segredo explodir dentro do pote e virar gás, purpurina.
Desjulho o meu tempo, é que hoje em dia a coisa viva passa rápido, vai logo para o lixo.
Já do amor, coisa viva, esqueci a calcinha pendurada por aí, a dúvida certa. Hoje não dá nem o tempo da paixão e vai logo dando até logo, quando, outra quase paixão sem respirar, mesmo lá.
Desjulho em poesia e agosto a poesia, me alimento dessa fé para manter a coisa viva.
Vinho, Manuel de Barros, Evoé meus dias.
Viva o santo espanto caso desses que cachoeira o meu olhar e beija o desconhecido, coisa viva, até calcinhas por aí.
Comecei - me agosto de semana sólida, dia-hora, pé no trem, alma de relógio e casa passageira. Não arrumei a cama, e nem fiz arroz, comi o comido como dava,dormi o dormido como o possível, no limite. Não atrasei.
Estive toda essa coisa de estar crianças dos meus dias.
Voltei agosto como origem desprimitiva, da cidade, do tempo previsto, da surpresa ligeira me tirando o arzinho.
O corpo, os corpos amigos, a saudade, não fiz silêncio, falei o de mais, falei até o segredo explodir dentro do pote e virar gás, purpurina.
Desjulho o meu tempo, é que hoje em dia a coisa viva passa rápido, vai logo para o lixo.
Já do amor, coisa viva, esqueci a calcinha pendurada por aí, a dúvida certa. Hoje não dá nem o tempo da paixão e vai logo dando até logo, quando, outra quase paixão sem respirar, mesmo lá.
Desjulho em poesia e agosto a poesia, me alimento dessa fé para manter a coisa viva.
Vinho, Manuel de Barros, Evoé meus dias.
Viva o santo espanto caso desses que cachoeira o meu olhar e beija o desconhecido, coisa viva, até calcinhas por aí.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Transcrição de um diálogo explosão.
Á Ricardo quase verdade.
11 de Junho-Decidido de 2008.
PALAVREADO de RICARDO quase Verdade.
(Estava saindo do mercado e Ricardo olhou e acompanhou-me dizendo)
NOSSA! que elegante.
quebrei um pau em três partes e disse senta aqui seu veado, senta no dinheiro. Você acredita?
(Atravessando a primeira rua)
É TÃO BOM ter dinheiro. Se a gente pudesse a gente gostava um do outro. A gente comia o outro. Se a gente pudesse a gente se pegava no colo e cuidava um do outro e beijava as genitálias, é que a gente não pode.
(Esperando para atravessar a segunda rua enquanto tira um pedaço de rúcula da minha sacola)
É TÃO BOM ter dinheiro, mas eu adoro ser rico. Se eu não pego, roubo isso aqui de você, eu morro de fome.
(Come a rúcula de olhos fechados, fica emocionado com o sabor. Pergunto o seu o nome ele me responde como sem importância)
é RICARDO DA SILVA e tal.
(Enquanto atravessávamos a rua)
EXISTE GENTE insignificante. Você não acha? Não. Você não acha por que você é mulher. Mulher é idiota. Mulher tem disso, dessas coisas, porque é mulher.
(Começou a divagar sobre a mulher, especificamente a minha mulher. Fiquei sem jeito. Não lembro bem o que ele disse, era alguma verdade dessas que o olhar chega antes e as palavras pouco importam. Não me lembro, mas senti algo constrangedor, revelador, que não me deixava ouvir, mas saber que alguém me percebia em profundidade instantaneamente. ELE RIA.)
ONTEM EU quis casar com uma mulher. Faz falta essas coisas de mulher que é importante. Por que eu não posso me casar com uma mulher? Por que eu tenho que ser veado pro resto da vida inteira?
é tão bom ficar lá na casa, no tanque assim.
(Tentativa de despedida um. despeço-me)
VOCÊ VAI no Ônibus e eu vou ali.
(Me despeço novamente e lhe dou um abraço, ele me levanta do chão)
CREDO que magra! Precisa comer.
(Barulho de freio de carro)
Ih! DEIXA eles se matarem!
(Continua andando comigo)
EU JÁ DEI machadada na televisão é tão bom dar machadada na televisão. Você pega o teclado do computador e dá uma machadada no meio, é bom.
VOCÊ JÁ MATOU alguém? Não! Eu mato. É bom.
VOCÊ PROMETE que mata alguém antes dos cinqüenta anos? É bom matar alguém você se sente livre.
(Prometo que sim)
NÃO. NÃO mata ninguém não! Você tem poder. Você se sente livre.
(Tirando uma flor pequena de um canteiro)
EU ENCOMENDEI esse trevo aqui, fizeram tudo errado, ainda é rosa isso aqui.
É que a gente voltou para 2008.
EU COMPREI uma máquina do tempo, tem umas caveiras, elas marcham ASSIM Ó.
(mostra algum movimento)
TEM NADA não. A gente vai pro futuro de novo.
O FUTURO É tão bonito. O futuro tem rios de sêmen.
É um silencio.
(Uma moça nos observa do orelhão, ele se dirige a ela tirando sua faixa do cabelo, na seqüência ela põe de volta na cabeça)
TIRA ISSO.
A MULHER MAIS linda do mundo usa uma faixa no cabelo e parece uma enfermeira!
Ahaha! Parece uma enfermeira!
(Tento me despedir novamente junto com a moça, ele nos acompanha)
EU ESTAVA TRANSANDO com a minha mãe. Você já transou com a sua mãe? Em cima dela? Ela disse, não sai de cima de mim. Credo mãe, como você é gosmenta nojenta. Ela tá lá na cadeia sentada com as pedras, com um vestidão.
(Apareceu um carro de polícia e ele foi conversar com eles. Algumas senhoras que estavam aguardando para atravessar a rua comentavam que ele tinha sido um cabeleireiro muito famoso e rico. Fez uma plástica mal sucedida e ficou com o rosto deformado daquele jeito. Então, eu disse que o quê e ele dizia era poesia, metafísica, inconsciente-acessado, sei lá. Uma das senhoras se interessou, e perguntou. como assim?
Então repeti que no futuro existem rios de sêmen. E que lá é um silencio. Ela sorriu constrangida enquanto a outra senhora, implicada, explanava que talvez, essa gente, é melhor que a gente. e outras coisas sobre gente.)
11 de Junho-Decidido de 2008.
PALAVREADO de RICARDO quase Verdade.
(Estava saindo do mercado e Ricardo olhou e acompanhou-me dizendo)
NOSSA! que elegante.
quebrei um pau em três partes e disse senta aqui seu veado, senta no dinheiro. Você acredita?
(Atravessando a primeira rua)
É TÃO BOM ter dinheiro. Se a gente pudesse a gente gostava um do outro. A gente comia o outro. Se a gente pudesse a gente se pegava no colo e cuidava um do outro e beijava as genitálias, é que a gente não pode.
(Esperando para atravessar a segunda rua enquanto tira um pedaço de rúcula da minha sacola)
É TÃO BOM ter dinheiro, mas eu adoro ser rico. Se eu não pego, roubo isso aqui de você, eu morro de fome.
(Come a rúcula de olhos fechados, fica emocionado com o sabor. Pergunto o seu o nome ele me responde como sem importância)
é RICARDO DA SILVA e tal.
(Enquanto atravessávamos a rua)
EXISTE GENTE insignificante. Você não acha? Não. Você não acha por que você é mulher. Mulher é idiota. Mulher tem disso, dessas coisas, porque é mulher.
(Começou a divagar sobre a mulher, especificamente a minha mulher. Fiquei sem jeito. Não lembro bem o que ele disse, era alguma verdade dessas que o olhar chega antes e as palavras pouco importam. Não me lembro, mas senti algo constrangedor, revelador, que não me deixava ouvir, mas saber que alguém me percebia em profundidade instantaneamente. ELE RIA.)
ONTEM EU quis casar com uma mulher. Faz falta essas coisas de mulher que é importante. Por que eu não posso me casar com uma mulher? Por que eu tenho que ser veado pro resto da vida inteira?
é tão bom ficar lá na casa, no tanque assim.
(Tentativa de despedida um. despeço-me)
VOCÊ VAI no Ônibus e eu vou ali.
(Me despeço novamente e lhe dou um abraço, ele me levanta do chão)
CREDO que magra! Precisa comer.
(Barulho de freio de carro)
Ih! DEIXA eles se matarem!
(Continua andando comigo)
EU JÁ DEI machadada na televisão é tão bom dar machadada na televisão. Você pega o teclado do computador e dá uma machadada no meio, é bom.
VOCÊ JÁ MATOU alguém? Não! Eu mato. É bom.
VOCÊ PROMETE que mata alguém antes dos cinqüenta anos? É bom matar alguém você se sente livre.
(Prometo que sim)
NÃO. NÃO mata ninguém não! Você tem poder. Você se sente livre.
(Tirando uma flor pequena de um canteiro)
EU ENCOMENDEI esse trevo aqui, fizeram tudo errado, ainda é rosa isso aqui.
É que a gente voltou para 2008.
EU COMPREI uma máquina do tempo, tem umas caveiras, elas marcham ASSIM Ó.
(mostra algum movimento)
TEM NADA não. A gente vai pro futuro de novo.
O FUTURO É tão bonito. O futuro tem rios de sêmen.
É um silencio.
(Uma moça nos observa do orelhão, ele se dirige a ela tirando sua faixa do cabelo, na seqüência ela põe de volta na cabeça)
TIRA ISSO.
A MULHER MAIS linda do mundo usa uma faixa no cabelo e parece uma enfermeira!
Ahaha! Parece uma enfermeira!
(Tento me despedir novamente junto com a moça, ele nos acompanha)
EU ESTAVA TRANSANDO com a minha mãe. Você já transou com a sua mãe? Em cima dela? Ela disse, não sai de cima de mim. Credo mãe, como você é gosmenta nojenta. Ela tá lá na cadeia sentada com as pedras, com um vestidão.
(Apareceu um carro de polícia e ele foi conversar com eles. Algumas senhoras que estavam aguardando para atravessar a rua comentavam que ele tinha sido um cabeleireiro muito famoso e rico. Fez uma plástica mal sucedida e ficou com o rosto deformado daquele jeito. Então, eu disse que o quê e ele dizia era poesia, metafísica, inconsciente-acessado, sei lá. Uma das senhoras se interessou, e perguntou. como assim?
Então repeti que no futuro existem rios de sêmen. E que lá é um silencio. Ela sorriu constrangida enquanto a outra senhora, implicada, explanava que talvez, essa gente, é melhor que a gente. e outras coisas sobre gente.)
terça-feira, 21 de outubro de 2008
RASGANDO HORIZONTES
O Horizonte é bonito, estático, brega anti auto revolução. Largo. Tencionado por um encontro ilusão, o de baixo com o de cima. Truque do olhar.
O horizonte não se encontra, habita a beleza do inatingível, do ainda se chega lá.
Nunca se está aqui, o aqui, é o onde se pode chegar, onde se pode ir, onde vamos ir, aonde vamos, sem nunca ir. Só o horizonte encorajando a linha de uma beleza farta.
Hoje, rasgo o horizonte conservador do sempre depois. Dessa imagem publicitária do céu, desse fetiche do futuro.
O ponho no seu devido lugar, de regalo dos confins da natureza, da vastidão, sem adiar meus dias nessa impossibilidade. Invado a sua distancia e a aproximo dos meus pés, do agora-imediato, da minha alma possível vertical de horizontes rasgados.
O Horizonte é bonito, estático, brega anti auto revolução. Largo. Tencionado por um encontro ilusão, o de baixo com o de cima. Truque do olhar.
O horizonte não se encontra, habita a beleza do inatingível, do ainda se chega lá.
Nunca se está aqui, o aqui, é o onde se pode chegar, onde se pode ir, onde vamos ir, aonde vamos, sem nunca ir. Só o horizonte encorajando a linha de uma beleza farta.
Hoje, rasgo o horizonte conservador do sempre depois. Dessa imagem publicitária do céu, desse fetiche do futuro.
O ponho no seu devido lugar, de regalo dos confins da natureza, da vastidão, sem adiar meus dias nessa impossibilidade. Invado a sua distancia e a aproximo dos meus pés, do agora-imediato, da minha alma possível vertical de horizontes rasgados.
PARTITURA EVOÉ
Á Escola Livre de Teatro
os dias
desenhos vivos
entre minhas pernas as horas
cintura acima, baila, o universo de pétalas.
e eu,
desabrochando e caindo
sem dó miserável
ou deslumbramento de cego.
é tambor na fogueira
puta apaixonada
saia sem calcinha
luto de assassino,
fé de beata
casa de praia
e castelo da bruxa feia
é rima analfabeta
besouro no leite
anão de joelhos
e luva de língua solta
é vento na privada
gema de célula do instante
Susto no cavalo
susto calado
tudo sem rima
é peito sem cadarço
lua no dia
e noite cremosa
cama de abelha
e ferrão de palavra
é título de texto rasgado
e cheiro de Vó
do banheiro ao quarto
só na casa.
rede no farol,
quintal na praça
e aquela coisa lá
é terra no ouvido nascendo fone
é maçaneta da idéia
e discurso de mendigo
é quase tudo de novo
ovo da inspiração
frito de voz aquecida.
é esquecer e quase lembrar
e depois,
quando será
que nunca termina
são ondas do mar
invadindo entre árvores
voltando
invadindo
com frutas paridas
entre a alma da convocação
e o pé do inacabado
18 de Maio de 2008.
Á Escola Livre de Teatro
os dias
desenhos vivos
entre minhas pernas as horas
cintura acima, baila, o universo de pétalas.
e eu,
desabrochando e caindo
sem dó miserável
ou deslumbramento de cego.
é tambor na fogueira
puta apaixonada
saia sem calcinha
luto de assassino,
fé de beata
casa de praia
e castelo da bruxa feia
é rima analfabeta
besouro no leite
anão de joelhos
e luva de língua solta
é vento na privada
gema de célula do instante
Susto no cavalo
susto calado
tudo sem rima
é peito sem cadarço
lua no dia
e noite cremosa
cama de abelha
e ferrão de palavra
é título de texto rasgado
e cheiro de Vó
do banheiro ao quarto
só na casa.
rede no farol,
quintal na praça
e aquela coisa lá
é terra no ouvido nascendo fone
é maçaneta da idéia
e discurso de mendigo
é quase tudo de novo
ovo da inspiração
frito de voz aquecida.
é esquecer e quase lembrar
e depois,
quando será
que nunca termina
são ondas do mar
invadindo entre árvores
voltando
invadindo
com frutas paridas
entre a alma da convocação
e o pé do inacabado
18 de Maio de 2008.
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