segunda-feira, 13 de abril de 2009

CHOVEU, e a cidade parou em pire-paque, alagou às cinco da tarde a alma farta de uma cidade que dormia em movimento. tudo não pode ser em pontualidade e funcionamento. tudo não pode ser. pessoas molhavam seus pés acontecendo em águas. vendedores de guarda-chuvas, apareciam como sempre, brotando do chão, as dezenas, nas esquinas, pessoas e pessoas fora de seus comuns, emburradas, emburrecidas, assistindo o céu escorrer enquanto seus corpos embrutecidos pelo esquecimento paravam no tempo  de fim de tarde enquanto telhados molhavam o vasto concreto, protegidas, vastas de silêncio, gotejando olheiras sob as nuvens derretendo um escândalo a céu aberto:
pessoas chovidas no mesmo lugar.

Mafê Enchente
17/03/09

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