terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lucas descobriu um livro de poesia nas minhas coisas, então, inventamos uma brincadeira passa tempo de férias. Um lia uma poesia enquanto o outro de olhos fechados deixava as imagens acontecerem, segundo ele, “os desenhos vem vindo assim e desaparecem dentro da minha cabeça”, depois de algum tempo de leituras e relatos do imaginado, achando justo, peguei meu caderno e li algo de meus escritos,
aí deu assim:

Por mim:

Festo-me.
Festo-te
Aí então é
crise econômica
mundial
uirapuru no bordel
baile
na casa
amarela
esculpida
pronta
para festarmo-nos
no longo das horas
20/12/08

Por Lucas, e sua imaginação dentro da sua cabeça:

Tinha uma grande festa, ai a casa caiu destruída, ai veio o dono do banco e deu dinheiro, ai apareceu, construiu, uma casa grande, amarela, com outra festa e um relógio grande que girava muito rápido.
01/2009
Ubatuba

Não havia tv, rádio, brinquedos prontos e nem qualquer outro escambau, então o então era de outra ordem. Conversar, ir a praia, conversar, inventar uma minicidade de colchões com os nove colchões, tapando todo o chão da sala, incluindo um lugar da música, com os copos de vidro e peças de metal da cozinhas, para fazer sons diferentes com as colheres e, conversar, enquanto o Matheus dava voltas em volta da casa, pelado e com uma mochila nas costas, dizendo que já voltava. Imitar bichos pulando na minicidade de colchões e, conversar, Matheus me explicando que não gosta da Tia Fernanda-Onça só da Tia Fernanda-Gato. Tendeu tia?
Ainda lia para eles, trechos, de contos de Guimarães Rosa, e eles riam não sei de que (pensava eu), do cavalo que bebia cerveja, do homem que vivia na canoa triste ou talvez da inteligência de uma linguagem que se permite brincar, penso eu.
Lucas tem 7 anos e é de Touro e Matheus, 2 anos, de Leão!

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