terça-feira, 23 de dezembro de 2008

o maior saco cheio de maria.

não repetir as mesmas palavras
as mesmas palavras a mesmas palavras as mesmas
as mesmas reclamações-não
o mesmo comentário sobre o tempo
a mesma pergunta lisa
tudo bem?
não. não tecer os mesmos desejos enxovalhados
os mesmos desamores
mesmos caras
não. não ter os mesmos medos
renovar os medos
enxotar qualquer mesmice canalha
qualquer reclamação de samba cheio
ressaca de não diversão
cansaços
o mesmo cansaço de sempre
da mente turbilhonada
concentrar -concentração
não. não são conclusões de fim de ano
é o maior saco cheio
batido no liquidificador dalgum titã
que explodiu na velocidade máxima
da lâmina giratória
de cabeça para baixo
é o saco espatifado
sem volta
é maria sem saco
bastou?
nenhuma tolerância
banguela
bastou?
não
ainda falta descobrir quem é esse alfaiate filho da puta 
costura sacos para as pessoas agüentarem
depois de matá-lo duas vezes
o ressuscito com um terceiro beijo
vai seu filho de todas as putas
ser poeta de boteco sujo
assim
salva mais almas
bastou?
ainda falta perder o medo da panela de pressão
ai bastou

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