sábado, 8 de maio de 2010

petrificada a garrafa sobre a mesa de consistência verde derrama o café de vigilância, amargo
(me disseram que estou sem vida, não vibro)
de gole em dentro a cabeça e sua dor sorriem
(discordo)
as mãos deslizam dançantes sobre os cabelos arrancando a chuva alheia
(estou apenas em leve repouso do meu cansaço)
essas palavras, as outras, ressoaram em quietude retumbante como mastigadas sem açúcar
(essa conversa me diz respeito sem gravidade alguma, é calma)
o resfolegar da cadeira que contém meu corpo emite o ritmo
(tenho apenas duvidas ancestrais que por ora me ridicularizam sem piedade)
o resfolegar do sofá que contém o outro corpo prepara seu canhão esquecido, outro ritmo
(disse que se preocupa comigo. acredito.)
arrancou do corpo o corpo de uma solidão incrustada a bolero
(que estou sem brilho. não vibro.) c
antando o outro regirou em si, tédios.
(ouvi)
(suas dúvidas preparam-se para esconder-se em corpos)
(outros)
como se compreendendo acatei cada dito de ladainha sobre a mesa entre corpos
(o que você tem , baby, são duvidas ancestrais que te ridicularizam sem piedade, os outros)
subi as escadas afundando cada degrau alguns metros
( sem mim)
se eu cortar os cabelos ou pintar as paredes ou jogarem temperos no lixo, por mim, salvo a superfície das coisas, as duvidas continuarão renovadas em seu frescor de consistência viva.
(então, terei de recortar os cabelos repintar as paredes e rejogarem os temperos, por mim)
 no limite, discordo
(sim, vibro como na medida)
(de cada duvida)
(o suficiente)

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